10 DE OUTUBRO 2008 (Sexta-feira)


Como sempre, preparamos as nossas marmitas e marchamos para o Centro. Depois de uma longa caminhada, chegamos a conclusão que não seria possível alcançá-lo naquele dia. Fizemos uma reunião para avaliar o que fazer. Eu, o Tito, o Kokokunti e Kiabieti decidimos prosseguir na Clique na foto para ampliarfeitura da picada até mais tarde. O outro grupo de índios resolveu voltar ao acampamento. O cacique Bebitok nos informou que estávamos perto de um grande córrego e que, daquele ponto ao Centro, não era muito longe.

No final da tarde, nos deparamos com o tal córrego. Aí deixei o achômetro de lado e tirei nova posição com o GPS. Estávamos na latitude 53º 10.689’ W, portanto a 1.311 milhas, o que corresponde a 2,428 Km. Essa era a distância que tínhamos que percorrer fazendo picada.Tomamos outra decisão, agora com os quatro picadeiros restantes: não voltar ao acampamento anterior.

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A partir daquele momento, tínhamos que resolver um outro problema, pois só nos restava uma pequena marmita com farofa e arroz para quatro homens famintos. Água não era problema, pois estávamos à beira do córrego. Solução encontrada pelo Kiabieti: matou um macaco-prego e o moqueou à moda indígena, com pêlo e tudo, retirando apenas as vísceras. O jantar estava completo: farofa, arroz e macaco moqueado, sem sal ou qualquer outro tempero.

Clique na foto para ampliarO Kiabieti rapidamente montou um novo acampamento, com a nossa ajuda, feito de folhas de bananeiras do mato. As folhas servem para cobertura e forrar o chão, isto é, nossa improvisada cama. À noite, fomos atacados por uma grande quantidade de formigas cortadeiras. Fizemos fogo em volta do acampamento, mas de nada valeram os nossos esforços. Já era quase meia-noite e a gente não conseguia dormir devido às mordidas das implacáveis formigas, foi aí que me lembrei que tinha levado uma lata de Neocid. 

Com o inseticida, as formigas se danaram todas.


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